Ressignificar

+351 917 658 631 | info@ressignificar.com

Acompanha o nosso trabalho nas redes sociais

Trauma: Vamos quebrar o ciclo?

Quebra o ciclo do trauma. Como as histórias do passado condicionam o teu presente Carregas contigo não apenas as tuas próprias experiências, mas também aquelas que herdaste da tua família. Os traumas, os medos e as inseguranças dos teus pais, avós e bisavós moldam, muitas vezes sem dares por isso, as tuas escolhas e a forma como vives. Quando eras criança, eras especialmente vulnerável e dependente, absorvendo os medos e os padrões dos teus cuidadores. Por exemplo, uma mãe muito insegura pode ter-te transmitido os seus próprios receios, tornando-os parte da tua visão do mundo. Assim, acabaste por carregar traumas que nem sequer são verdadeiramente teus, ligados a situações que nunca viveste diretamente. Esses traumas herdados podem vir de histórias de pobreza, escassez, guerra, emigração ou violência. Mesmo que não conheças os detalhes, os seus efeitos manifestam-se no teu presente, limitando as tuas escolhas e decisões. O medo de arriscar ou a dificuldade em avançares em direção ao que realmente queres podem ter raízes em experiências familiares que nunca foram processadas nem reorganizadas de forma saudável. O Trauma não é apenas um grande evento Talvez penses que o trauma se resume a um grande acontecimento, como um acidente, tragédia ou catástrofe. Atualmente sabemos que visão está longe de ser completa. Isto porque quando falamos em trauma, falamos sobretudo de uma experiência individual e subjetivo: o que fica em cada um de nós em sequência do que acontece e não unicamente o que acontece. Existe também o trauma complexo, menos evidente, mas igualmente impactante.Não está ligado a um único evento, mas a uma exposição prolongada a experiências negativas, como abuso emocional, negligência, bullying ou ambientes de stress contínuo. Engloba o que acontece, mas também a dor do que não aconteceu, das expectativas defraudadas, das desilusões, do que falhou ou não chegou na medida certa. Os seus sintomas – ansiedade, dificuldade em confiar, baixa autoestima – são difíceis de identificar, porque acabam por se tornar parte de quem és. É um peso invisível que carregas sem sequer questionares de onde veio ou como começou. “Sou assim, vou fazer o quê?” – Começa por aceitar que não tens de ser “assim” se isso não te satisfaz. Como seria quebrar o ciclo? E se pudesses viver sem ser condicionado por esses traumas? Imagina uma vida onde as tuas escolhas não fossem limitadas por medos ou inseguranças que, muitas vezes, nem são teus. Quebrar o ciclo é possível, mas exige consciência e trabalho interno. Reconhece que carregas mais do que as tuas próprias experiências. Questiona os padrões que parecem inquebráveis. Procura ferramentas – terapia, autoconhecimento, apoio – para romperes com esses condicionamentos e construíres um caminho alinhado com o que realmente desejas. A herança mais valiosa que podes deixar às próximas gerações é a coragem de curar e fazer diferente. Mereces isso e só tu podes fazer algo nesse sentido.  Ninguém pode garantir que vai ser fácil. Pelo contrário. Mas também não é nada fácil viver condicionado, verdade? Vale a pena, porque TU vales a pena.

Sabes gerir e regular as tuas emoções?

Gerir e regular as nossas emoções é uma tarefa da nossa responsabilidade.  Gerir e regular as nossas emoções é uma tarefa da nossa responsabilidade. Mas porque será que chegamos à idade adulta, sabemos tanto sobre tantas coisas, e, ainda assim, este domínio parece algo sempre tão difícil e inacabado? Saber como regular as nossas emoções é algo que é suposto aprendermos em criança. Pelas experiências de vida que tivemos, pelos exemplos que seguimos, pela segurança que nos foi – ou não – proporcionada. Éramos apenas crianças. E atenção: não estou com estas palavras a tentar culpabilizar os adultos com quem crescemos pelo que quer que seja. Estou a sublinhar que não importa tanto atribuir culpas mas sim assumir a responsabilidade pela mudança necessária. Desenvolver ferramentas e estratégias para regular as emoções em adulto, depois de tantos anos a vincar padrões e a sentir o condicionamento de experiências passadas pode ser complexo e denso. Não é suposto saberes sempre o que e como fazer! E não, não és “descontrolado” porque perdes o controlo nem és “incapaz” ou “danificado” porque em algum momento não sabes ao certo o que fazer como que sentes. Não tens a certeza se isto é possível para ti? É possível para todos os que se predispõe a fazer caminho nesse sentido. Envolve dedicação, autocompaixão e uma forte convicção de que vale a pena trabalhar, desenvolver e expandir essa competência.  Identificar, nomear, discriminar e regular emoções é árduo. Aliás… sentir, é, no geral, algo difícil para muitos. Não raras vezes recebo partilhas de quem “já não sabe o que sente” ou “já não sente de todo”. O motivo? Quando sentir é sistematicamente angustiante, assustador, frustante… às vezes parece mais fácil mesmo não estar conectado às emoções. Começam ciclos de evitamento, desconexão e algures, sem sabermos bem como, estamos demasiado longe de nós próprios. Sem vontades, gostos ou motivações que nos movam. O famoso “piloto automático”.  Não precisa de ser assim! Gostava de sublinhar que não precisa de ser assim. Mereces viver sem medo do que sentes. Mereces ser aprender a ser capaz de lidar com as tuas emoções. E essa competência pode ser desenvolvida, sim! Podes hoje dar-te tudo aquilo que não recebeste e sentes que ficou em falta. E, partindo de um novo porto seguro, onde és visto, considerado e aceite sem julgamentos, reconstruir o que ficou incompleto. Não foi por tua culpa… mas tens a responsabilidade de fazer o que precisas por e para ti.

Não és só o teu trabalho: como cuidar de ti entre exigências profissionais.

A vida profissional está repleta de momentos de grande complexidade e exigência. Seja a integração no mercado de trabalho, a transição de funções ou entidades empregadoras, os desafios do empreendedorismo e trabalho por conta própria, gestão de emoções no contexto de equipa, autoridade, pressão, ansiedade, prazos, expectativas, clientes, “work-life balance”… enfim, uma imensidão de possíveis ameaças ao bem-estar emocional.  Para os gerir com sucesso, precisamos de uma boa dose de autoconhecimento e resiliência, bem como de estratégias práticas para alcançar o equilíbrio e os objetivos pessoais e profissionais. Desenvolver competências, adquirir ferramentas para gerir situações desafiantes e construir e reforçar autoconfiança são passos essenciais para lidar com essas situações e para que consigas posicionar-te no lugar onde pretendes estar – profissionalmente e não só. Identificar os teus pontos fortes, trabalhar áreas de melhoria e criar objetivos claros são ações fundamentais para o crescimento profissional. Métodos como o estabelecimento de metas, a autoavaliação e o planeamento ajudam-te a explorar o seu potencial e a atingir resultados mais significativos no trabalho. Conflitos com a chefia ou com colegas, pressão para cumprir prazos ou adaptações a novas funções fazem parte do dia-a-dia profissional. Cada pessoa é um indivíduo singular, com características próprias, pontos mais fortes e pontos menos fortes e não existem dicas “one size fits all”. Para atingir os nossos objetivos precisamos de ser capazes de dar foco ao nosso potencial, e em simultâneo fazer o que está ao nosso alcance para otimizar as arestas que te podem estar a prejudicar. Mudanças profissionais, como uma promoção, um despedimento, ou a procura de um novo rumo na carreira, podem trazer incertezas. Nesses momentos, é importante reforçar a confiança e manter uma visão positiva, mas informada e realista. Adotar uma atitude resiliente e aprender a valorizar as próprias conquistas são formas de lidar com as transições de forma mais tranquila e assertiva, sem descurar uma perspetiva autocompassiva. O bem-estar no trabalho está diretamente ligado à qualidade de vida de forma geral. Saber gerir as exigências profissionais, equilibrando-as com os interesses pessoais,momentos de descanso, autocuidado e lazer é fundamental para uma rotina mais saudável e, consequentemente, produtiva. Exigências profissionais de um lado e objetivos pessoais de outro, é fácil sentirmos que estamos a atingir um ponto de ruptura, a ser esticados para além daquilo que é possível comportar. Mas construindo as tuas próprias ferramentas, desloqueando as questões que sistemátiaemnte te prejudicam e trabalhando novos planos de ação e padrões de comportamento e pensamento, estarás mais perto de conseguir gerir e priorizar a cada momento os teus objectivos… sejam eles pessoais e/ou profissionais.  Não és o teu trabalho mas é factual que ele ocupa uma parcela significativa do teu tempo e assume grande expressão na tua vida. É natural por isso que o vejas como algo muito significativo. Cuidar de ti envolve olhar para todos os papéis que assumes: o teu EU profissional também sente, não é verdade?  Sempre por aqui, Rita Angélica Raínho

Relações saudáveis: nem fugas nem explosões, mas diálogo construtivo

Há quem evite conflitos a todo o custo, fingindo que eles não existem, e há quem reaja de forma explosiva a qualquer situação de confronto, deixando-se levar pelas emoções do momento. Não é saudável vermos qualquer questão de uma forma tão dicotómica e simplista, por isso não podemos desconsiderar todos os cenários intermédios. Algures no meio destes dois extremos, encontramos o impacto que os nossos comportamentos têm nas nossas relações, sejam elas familiares, profissionais ou sociais. Por um lado, temos quem evita e foge sistematicamente. Como a pessoa que prefere sempre “não falar sobre o assunto”, mesmo que na verdade tenha tanto a dizer e precise tão urgentemente de ser ouvido… mas as palavras simplesmente não saem. Ou ainda a pessoa que, após uma discussão, finge que nada aconteceu, ignorando os problemas que continuam a pairar, a tensão, a dor. Esta abordagem, que parece “pela paz”, na verdade cria tensão acumulada, frieza ou ressentimento. Por norma, nada fica eficazmente resolvido.O  problema não desaparece magicamente — pelo contrário, tende a ficar mais profundo e difícil de resolver.  Do outro lado, temos quem não consegue controlar as suas reações e age impulsivamente. Perante o menor sinal de desacordo, explode em palavras ou atitudes que, mais tarde, muitas vezes lamenta. Às vezes passamos inclusivamente a ter um novo problema para além do inicial: a discussão em si, os moldes em que se dá, as palavras que são ditas, as agressões que são proferidas. Este comportamento pode até parecer que resolve um problema no imediato, mas não te deixes enganar, comportamentos destes deixam marcas difíceis de apagar: feridas emocionais, desconfiança ou um ambiente carregado de negatividade. Ambos os extremos têm algo em comum: a incapacidade de lidar com o conflito de forma adaptativa, equilibrada e saudável. A verdade é que evitar o confronto ou enfrentar tudo de forma impulsiva só piora a situação. O primeiro acumula problemas, o segundo destrói pontes. O desafio está em encontrar um meio-termo saudável. Enfrentar conflitos não significa gritar mais alto nem fingir que está tudo bem. Não significa incendiar o ambiente nem paralisar perante uma situação problemática.  Significa ter a coragem de falar, mas com a ponderação que facilita um entendimento. Ouvir, mas com intenção de verdadeiramente entender.  E construir soluções em vez de alimentar distâncias. Então, se te reconheces em algum destes comportamentos, a reflexão que fica é esta: será que está na altura de aprender a lidar com as diferenças de forma mais consciente e construtiva… para ti e para aqueles com quem e relacionas?  Acreditamos que no meio está a virtude, nem evitar os problemas, silenciando, nem em explodir, mas em saber como dialogar, mesmo nos momentos mais difíceis, se assim for o que mais te protege. Se é mais fácil dizê-lo do que fazê-lo quando em frente aos problemas? Claro que sim!  Daí a importância de criarmos estratégias e otimizadores em ti os recursos necessários para enfrentar estas situações que garantidamente, vão surgir de forma recorrente. Não se trata de “estar sempre tudo bem” mas sim de conseguir fazer o necessário para que volte a estar, assim que possível. O que melhorava na tua vida se pudesses estabelecer relações mais saudáveis e positivas? Mereces isso, procura começar pelo que está ao teu alcance! Sempre aqui, Rita Angélica Raínho

Dor física sem explicação? O que o teu corpo pode estar a querer dizer

Uma das principais ferramentas no trabalho da Ressignificar é a terapia EMDR, uma abordagem que tem largos anos de utilização em situações traumáticas.  Pessoas com quem temos trabalhado, que experienciaram situações traumáticas na sua vida, relatam muitas vezes também situações de dor física física sem explicação, sem que exista um dano medicamente visível. Sabias que o trauma não vive apenas na nossa mente, mas também no nosso corpo? Mesmo após o evento traumático, ele continua a influenciar a forma como interagimos com o mundo. Isto porque o trauma afeta a química e a estrutura de áreas do cérebro responsáveis pelas nossas respostas ao stress, mantendo o corpo num estado constante de alerta. Este estado pode parecer uma forma de proteção, que te torna mais responsivo perante potenciais ameaças. Porém, tem um custo elevado para a nossa saúde física e emocional. Estas alterações físicas aumentam o desgaste emocional, criando um ciclo vicioso: o corpo reage, o impacto físico é real e desgastante, as variáveis emocionais sobrecarregam-se, e assim sucessivamente. Quebrar este ciclo sozinho pode ser difícil, mas a ajuda profissional poderá fazer toda a diferença. É importante, no entanto, não generalizar. Sem dúvida que existem quadros clínicos que despoletam dores físicas, muitas vezes de caráter crónico, com uma atribuição e explicação médica muito concreta. Viver com um diagnóstico clínico a longo prazo é, por si só, uma fonte de stress constante, com todas as implicações que lhe estão subjacentes. É muito frequente que se desenvolvam sintomas associados ao desgaste emocional, tais como ansiedade e estados depressivos, em consequência dessa condição.  Independentemente do que está a motivar a dor e o desconforto, a verdade é que é imprescindível ter em atenção a forma como o corpo, como um todo, comunica connosco e com quem nos rodeia. A nossa linguagem corporal pode revelar desconforto, stress, medos ou até situações traumáticas escondidas, que à primeira vista te podem parecer sem importância ou desconectadas do que estás a sentir.  Se olharmos em detalhe, facilmente depreendemos que tensão muscular, punhos cerrado ou uma respiração acelerada podem refletir uma resposta protetora a algo que o corpo interpreta como uma ameaça. E há tantos mais sinais subtis. Já reparaste se congelas momentaneamente em situações de stress? Ou se sentes o olhar vazio ou movimentos lentos em momentos de sobrecarga emocional? O trauma fala através do corpo e estar atento a estes sinais pode ajudar-te a compreender melhor o que estás a sentir e porquê. A Terapia EMDR, por trabalhar a informação que o teu corpo retém e armazena como um todo, poderá ajudar-te a diminuir a dor e desconforto que tens presente, não apenas no domínio emocional mas, consequentemente, o impacto físico. Da mesma forma, se diariamente te debates com dores físicas,restrições e condicionamentos associados a um diagnóstico clínico de doença crónica, esta abordagem terapeutica poderá apoiar-te na gestão da sintomatologia associada.  A saúde precisa de ser vista e considerada como um todo. Cuidar de ti, contempla dar atenção a todos estes indicadores, sejam físicos ou emocionais. Se o teu corpo está a enviar sinais, ouve-o! Pode ser o primeiro passo para quebrar o ciclo e começares a cuidar de ti e das tuas necessidades. Mereces isso! Sempre aqui, Rita Angélica Raínho